Sonia Bischain - Entrevistada

Sonia Bischain - Entrevistada

Sensibilidade lírica é destaque em “Olhares que devoram sonhos”

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

 

SONIA BISCHAIN, mora na periferia de São Paulo, distrito Brasilândia, é escritora, fotógrafa e designer gráfica. Participa de movimentos culturais e saraus literários em São Paulo. É uma das organizadoras do Sarau da Brasa desde o seu início, em 2008, que acontece na Vila Brasilândia. Participou em diversas Antologias, como: Saraus (portugues/espanhol) e Brasil Periférica, compiladas por Lucía Tennina; Antologia Mulherio das Letras Portugal (In-Finita). Antologia Mulherio pela paz (português/inglês), lançada na Alemanha. Participou em eventos literários no Brasil e no exterior, entre eles: III Jornada de Crítica Literária: Literatura e Ditaduras, promovida pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade de Brasília, 2018, palestrando sobre o tema: “A Periferia vista pelas margens, vozes da periferia e a ditadura”; Simpósio Internacional, organizado pelos Prof. Dr. Leonardo Tonus e Prof. Dr. Ricardo Barberena: (l’attente/en attente: figurations du contemporain”), Universite Paris-Sorbonne, com o poema Travessia; e, Journes dtudes internationales littrature et dictatures, falando sobre seu romance Nem Tudo é silêncio, na Universidade Sorbonne Nouvelle.

“Olhares que devoram sonhos”, são delicadas histórias de narrativas intensas e emocionantes, que nos alimentam de belezas, esperanças e sonhos, é poesia que acalanta em tempos sombrios.

Boa leitura!

 

Escritora Sonia Bischain, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor – especial Mulherio das Letras. Conte-nos, o que a motivou a ter gosto pela arte de escrever?

Sonia Bischain -  Além da minha paixão pelos livros, leitora desde a minha pré-adolescência, muito nova, arriscava a escrever alguns versinhos e pequenas histórias. Na minha adolescência e juventude participei das lutas por melhorias no Bairro onde moro, um bairro carente da periferia de São Paulo, acredito que me tornei escritora por me preocupar com a preservação da memória dessas lutas, ou seja, minha literatura carrega minhas memórias, e, também, na minha intenção de registrar a vivência dessa população, crio personagens fictícios, mas que, muitas vezes, retratam uma situação histórica real.

 

O que a inspirou a escrever “Olhares que devoram sonhos”?

Sonia Bischain -  Primeiramente, o meu amor pelo lugar onde moro. Um lugar que, comumente, é lembrado nos meios de comunicação pelos seus muitos problemas (violência, drogas, enchentes, desmoronamentos). Contar as histórias de nossa dura realidade, sim, mas, principalmente, contar também as histórias singelas de infância, as histórias de solidariedade entre nós, as histórias de resistência; as histórias de indignação diante das injustiças; as histórias de conquistas e de esperanças deste povo. Histórias contadas por nós mesmos.

 

Apresente-nos a obra

Sonia Bischain -  “Olhares que devoram sonhos” é um livro sobre o tempo. Tempo que às vezes parece se arrastar preguiçosamente, quase inofensivo. Tempo que, outras vezes, atropela o que está à frente. E se é sobre o tempo, inevitavelmente, é sobre o seu poder de simplesmente passar. São textos cheios de excertos poéticos e plásticos. Uma boa mistura de ficção e biografia, memória e invenção. Uma mediação entre a verdade e a mentira, reforçando um imaginário da memória infantil, que mesmo em situações sérias faz brotar alegria, provoca sorrisos, rememora uma vida de bairro, com tragédias e perdas, misturadas com graça. Nestas histórias, o lugar não é lugar, tão e somente; é sentimento, vivência trazida à narrativa com a maior cautela possível, onde a autora parece perseguir a ideia de “fabricar o sensível” sem deixar de tensionar a matéria bruta da experiência vivida, e assim constituir um mundo de afetos na narrativa, um mundo que é seu e nosso; que é real e que é de ficção, que habita as fissuras que existem entre a fantasia e o existente.

 

Por que ler “Olhares que devoram sonhos”?

Sonia Bischain -  “Olhares que devoram sonhos”, são delicadas histórias de narrativas intensas e emocionantes, que nos alimentam de belezas, esperanças e sonhos, é poesia que acalanta em tempos sombrios.

 

Resuma o conto em duas palavras:

Sonia Bischain -  SENSIBILIDADE LÍRICA

 

Além desta obra, quais livros tens publicado?

Sonia Bischain -  Viandante, Labirintos entressonhos (Romance - Círculo Contínuo Editorial); Rua de Trás (poesia - ed. autor); Nem Tudo é Silêncio (Romance - ed. autor); Vale dos Atalhos (Romance - Ed. Sundermann); e coautora do livro de fotografia Cultura daqui, olhares da Brasa.

 

Onde podemos comprar os seus livros?

Sonia Bischain -   com a autora: soniabischain@hotmail.com;

www.facebook.com/soniabischain.

 Com a editora: https://www.11editora.com.br/

 

Você já participou de vários eventos literários. Conte-nos, qual o evento que mais chamou a sua atenção? Comente.

Sonia Bischain -  Cada evento literário que participei teve a sua importância, costumo dizer que a literatura foi a responsável por me levar a muitos lugares onde jamais imaginei que chegaria. Foi muito importante ter estado na Universidade de Sorbonne, em Paris, falando sobre o meu livro Nem tudo é silêncio para professores e alunos doutorandos em literatura, mas foi igualmente emocionante, estar em Chorrochó, uma cidadezinha no sertão da Bahia, compartilhando versos, trocando experiências, conhecendo e aprendendo um pouco sobre a magia da oralidade daquela gente simples, talentosa, de tradição cordelista e do repente.

 

Está é uma edição especial para o Mulherio das Letras. Você que é membro ativo, participativo, conte-nos, como você vê a literatura feminina.

Sonia Bischain -  Num país onde, segundo pesquisas, a maioria dos escritores são homens brancos de classe média ou alta, é com imensa alegria que tenho acompanhado a produção de literatura feminina. Essa só tem aumentado nos últimos anos. Somos editoras, escritoras, ilustradoras, diagramadoras e estamos conquistando leitores. É uma grande vitória, especialmente para as mulheres negras, para as mulheres das periferias das grandes cidades. Num segmento que enfrenta grandes dificuldades, o mercado editorial, em meio a fortes crises econômicas, somos mulheres de luta, ampliando espaços de participação e fazendo ouvir as suas vozes.

 

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Sonia Bischain. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor – especial Mulherio das Letras. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Sonia Bischain -  O hábito da leitura acalanta os sentidos, abre horizontes, amplia os sonhos, nos leva a muitos lugares inimagináveis, nos faz rir (mas também chorar), e nos mostra toda a força e essência da nossa humanidade. Por isso, leiam mais, apoiem a nossa literatura, divulguem. Em agradecimento, presenteamos com nossas palavras cheias de realidade e fantasias, porque "nem só de pão vive o homem", e nós, mulheres, queremos mais.

 

 

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