Rinaldo Santori - Entrevista

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Rinaldo Koester Santori é médico neurocirurgião e acupunturista, nascido na cidade de São Paulo em 14 de Setembro de 1968, filho de imigrantes europeus vindos ao Brasil em meados da década de 60.
Por ocasião em que viveu na Alemanha (1998-2000), para aprimoramento na área médica e aperfeiçoamento do idioma alemão, publicou dois contos e um poema pela R.G. Fischer Verlag, de Frankfurt, iniciando aí sua carreira literária.
Na Itália, mais tarde, publicou artigo na revista católica Fiamma di Caritá (da Congregação das Irmãs Pobres Filhas de São Caetano), a respeito de trabalho realizado em missão junto às populações ribeirinhas do vale do São Francisco (2002).
Além disso, tem vários trabalhos realizados, também, como tradutor, para livros na área médica, e participações como colunista no Jornal da cidade em que vive, Limeira (Jornal de Limeira), situada no interior de São Paulo.

“’Canção de Uma Lágrima sem Rosto’_ que, semelhantemente a  “Páginas Douradas”, também ganhou um prêmio na Itália__ temos 184 páginas narrando uma única estória, escrita na forma de versos. Um poema épico, composto por mais de 700 estrofes ou quadras, com rimas emparelhadas.”

“Assim, acredito na minha mensagem, e da mesma forma que escrevê-la foi  uma terapia para mim, ela poderá ter o mesmo efeito para quem lê-la. De certo modo, não deixo de ser médico, mesmo sendo escritor.”

Boa Leitura!

 

SMC - Escritor Rinaldo, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos o que o motivou a ter gosto pela escrita?

Rinaldo Santori - Bom Shirley, acho que posso incluir um pouco de tudo nessa resposta, até mesmo a genética. Pois venho de uma família de escritores, de um avô russo a um tio que viveu na África do Sul e financiou parte de seus trabalhos atuando como mercenário na guerra da Namíbia. Além disso, minha mãe me influenciou muito, me contando histórias de quando era jovem, e quando foi apaixonada por um escritor de origem russa, na Berlim da década de 40, chamado Alexander Koval (hoje tem uma biblioteca com o nome desse dramaturgo, tradutor e escritor). Por fim, minha casa vivia cheia de livros, sempre fui rodeado de livros. Desse modo, não tinha como não gostar de ler. E assim, cedo também, desenvolvi meu gosto pela literatura, escrevendo meu primeiro conto com nove anos.

 

SMC - Como foi a escolha do título “Millefollium” para seu livro?

Rinaldo Santori - Esse título revela a proposta que eu tinha, na época, de escrever um livro, no final (juntando todos os contos), que completasse mil folhas (assim, é um sonho ainda possível). Foi meu primeiro livro publicado no Brasil (já tinha participado de antologias, mas na Alemanha), com 118 páginas. Mas meu livro mais extenso, até agora, foi o terceiro, “Páginas Douradas” (495 pp.).

 

SMC - Conte-nos sobre o seu romance “Páginas Douradas”

Rinaldo Santori - Em “Páginas Douradas” já desponta um pouco daquilo que aparecerá, agora, nesse novo livro (“A Sexta Hora”) explicado de forma mais científica. No caso de “Páginas Douradas”, no entanto, a coisa é toda romanceada. Assim, há um livro, de páginas douradas (que dá título à obra, portanto), que se encontra escondido nas profundezas da terra (representando o nosso subconsciente). Escrevendo-se nele, pode-se mudar os destinos do planeta (ou do homem, no sentido oculto). Mas, para fazê-lo, é preciso usar a pena de um anjo. Então, o demônio entra na história, fazendo com que a tal pena apareça, e caia em mãos erradas (afinal, antes de ser demônio, foi anjo, não?). 

Enigmas matemáticos, um gato sensitivo, dragões___ esses grandes seres mitológicos muito comuns na literatura mundial, repletos de dualidade__ também aparecem para colorir o livro e dar um tom fantástico à obra.  

 

SMC - Como foi a escolha dos personagens?

Rinaldo Santori - Os personagens em “Páginas Douradas” foram escolhidos com base em dados autobiográficos (assim, o personagem principal é um escritor, que herdou uma pena capaz de dar-lhe inspiração num nível muito acima do normal), e de histórias contadas por minha mãe, na época que o nazismo ruiu (e quando, então, foi forjada a tal pena). Ao mesmo tempo, como sou protetor dos animais, decidi questionar um pouquinho essa pretensão do ser humano de querer ser o elemento mais importante do universo. Assim, coloquei a salvação da humanidade nas mãos de um reles gato (que não era tão reles assim, já que era sensitivo, pertencendo a um estudioso de psi animal em Londres). Junto com um casal, eles seguem as pistas, e avançam no romance, até chegar a Meggido, onde ocorrerá a batalha final do Apocalipse. Como se pode ver, trata-se de uma história na linha do romance fantástico, que ganhou um prêmio em 2006, na Itália.

 

SMC - Fale-nos sobre o seu novo livro “A Sexta Hora”

Rinaldo Santori - Trata-se de um trabalho interessantíssimo, baseado no antigo Livro Tibetano dos Mortos (chamado Bardo Thödol, no original), mas que se estende muito além disso, para os terrenos do Cristianismo, da Filosofia, Psicologia e Medicina. Nele discorro sobre a origem do subconsciente, sobre os mistérios da vida e da morte, sobre nossos demônios interiores, e como vencê-los sem medo. Enigmas matemáticos, como o 666__descrito no Apocalipse__ ou a razão de nossa freqüência cardíaca, ou ainda dos calendários maias e astecas são explicados de forma clara e lógica, ao final tudo se encaixando de forma surpreendente. Sem dúvida, é um trabalho que vale a pena conferir. 

 

SMC - De forma geral que temas você aborda em seus textos literários?

Rinaldo Santori - Meus principais focos de interesse, em literatura, são relacionados a temas como espiritualidade, filosofia, religião, ocultismo, misticismo e poesia, nos seus moldes tradicionais (por exemplo: no meu segundo livro, “Canção de Uma Lágrima sem Rosto”_ que, semelhantemente a  “Páginas Douradas”, também ganhou um prêmio na Itália__ temos 184 páginas narrando uma única estória, escrita na forma de versos. Um poema épico, composto por mais de 700 estrofes ou quadras, com rimas emparelhadas. Em outras palavras, algo do tipo antigo, naquele estilo que não se faz mais, e que se via apenas em autores como Torquato Tasso, Camões, Dante Alighieri, etc... Claro, sem querer me comparar de igual para igual a esses mestres do lirismo mundial).

 

SMC - Onde podemos comprar os seus livros?

Rinaldo Santori - O livro pode ser adquirido via internet (ou encomenda) nos seguintes endereços:

  • Livraria Asabeça: https://www.asabeca.com.br/home.php   
  • Livraria Martins Fontes Paulista;
  • Livraria Cultura (apesar da disponibilidade mencionada de “24 dias úteis”, a livraria me informou que se trata de mensagem automática, e mesmo necessária, pelo fato de existirem autores independentes que demoram a entregar o livro para venda. No meu caso, porém, onde a editora faz entrega diretamente no Centro de Distribuição da Cultura, promete-se o recebimento do volume em 4 a 5 dias).

Já na cidade em que vivo, Limeira, ele pode ser encontrado em quase todas as livrarias.

 

SMC - Quais os seus principais objetivos como escritor?

Rinaldo Santori - Seria a divulgação da minha obra, da minha mensagem. Claro, se eu puder comprar um castelo no sul da França como resultado do meu trabalho, não vou reclamar (risos), mas não é esse o foco principal.

Acredito que, na verdade, nada se cria. Tudo já seria engendrado pelo Criador, por Deus, e a única coisa que acontece é que nos é dado acesso a esse outro mundo. Assim, o escritor, o artista, em si, é um ser privilegiado (embora cada profissão manifeste a presença de Deus à sua forma). No meu caso em específico, falamos em mensagens recorrentes, que se repetem de livro em livro, coisa à qual nem eu tinha atinado, de princípio. Assim, acredito na minha mensagem, e da mesma forma que escrevê-la foi  uma terapia para mim, ela poderá ter o mesmo efeito para quem lê-la. De certo modo, não deixo de ser médico, mesmo sendo escritor.

 

SMC - Quais as melhorias que  você citaria para o mercado literário no Brasil?

Rinaldo Santori - Acho que, a rigor, o mercado literário se expandiu consideravelmente nos últimos tempos. Isso é bom, pois oferece oportunidade a todos de realizar seus sonhos, e decerto muitos talentos antes perdidos talvez não o sejam mais. Por outro lado, é preciso atentar para a qualidade dos trabalhos, pois um mercado abarrotado de títulos pode sufocar bons autores em meio a uma avalanche de publicações. Por sorte, o brasileiro anda lendo mais (o que pode até ser resultado dessa difusão maior de obras em nosso meio. Nesse sentido, as editoras estariam, então, até mesmo prestando um serviço á cultura nacional, ao permitir que isso aconteça), o que é muito bom também, na formação do espírito crítico. Assim, em suma, essa movimentação toda que estamos vivenciando pode ser vista de maneira bastante positiva, e o pluralismo de idéias, boas ou más, é sempre saudável, fazendo parte da democracia.

 

SMC - Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o escritor Rinaldo Santori, que mensagem você deixa para nossos leitores?

Rinaldo Santori - Bom, permita-me tirar da “Sexta Hora” a mensagem final direcionada ao leitor.   

Assim, gostaria de dizer que, na verdade, o que vivemos é um mundo de limitações aparentes, onde o principal elemento limitador está encerrado em nossas próprias mentes. No meu livro explico como isso se forma, e como age em nós, e faço uma correlação do que a medicina hoje conhece com o que é revelado em inúmeras escrituras, da budista à cristã. Tudo isso, claro, de forma bastante acessível e didática. Gostaria que o leitor percebesse a sutileza desse mecanismo, pois este seria o primeiro passo para vencer essa ilusão. Em seguida, a partir desse “novo olhar”, uma nova disposição mental também pode ser formulada. 

Por ela, conseguiremos “ultrapassar a nós mesmos”. E quando isso acontecer, estaremos livres, e os sonhos poderão ser realizados. E isso é fé. Acreditar é princípio, meio e fim. 

 

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