Provessas - por Ruby Redstone

por Ruby Redstone

 

 "Elaborar um dicionário de provérbios – ainda que por mais minúsculo e resumido que seja, numa língua tão complexa, mas ao mesmo tempo tão prolífera quanto o nosso Português é uma tarefa por demais formidável. Por isso mesmo, nem ousei iniciar tal empreendimento ou tive a presunção de escrever um compêndio onde os catedráticos pudessem mergulhar ou navegar durante suas viagens esporádicas de pesquisa.

           Resolvi antes, fazer uma obra inédita que trouxesse minha marca ou identidade – que é única, filosófica, mas ao mesmo tempo satírica e cômica. Assim, a leitura longe de ser maçante, ou ser usada só como último recurso. Portanto, essa obra foi feita para ser lida de forma dissertativa e deleitosa. Preciso alertar, porém, que a mesma deixará de cumprir seu papel se for tomada como um mero passatempo ou entretenimento, sem nenhum propósito moral.

            Provessas foi concebido de forma espontânea, porém não sem amor e dedicação. Cresceu pouco a pouco, bem alimentada, com alegria e ingenuidade, como aquela que reina nas horas de recreio nos jardins de infância, onde o sonho e o descompromisso com as complexas regras prevalecem. A ingenuidade infantil, contudo, além de pura, surpreende por sua sabedoria singela, decifrando ou pintando o óbvio com cores vivas e estimulantes.

 À medida que a obra cresceu, ela foi ganhando formas mais delineadas e marcantes. Maliciosa, paulatinamente recebeu pitadas acres de sagacidade, sem deixar de lado as vestes pudicas da filosofia prática de vida. Recusou abusar dos temperos sórdidos e até obscenos do dia-a-dia, optando antes pelos cômicos e divertidos. Foi então que surgiu a ideia de ilustrar os pensamentos com caricaturas. Se pichação virou arte, por que não incluir cartoons como uma? – Verdade! Já que uma figura vale mais do que mil palavras, por que não usá-las? – É uma forma bem genuína de extravasar toda rebeldia da adolescência literária! Ao invés de vandalizar os muros, que tal pintar nas paredes da memória a mensagem desenhada? A estratégia não só tornará a leitura mais atrativa e prazerosa, mas fará com que os provérbios sejam eternizados.

            Um [velho] amigo escritor declarou certa vez que “somente quem viveu o suficiente poderá ter o privilégio de usar a ferramenta ou os recursos dos provérbios”.  Gagá como era ele queria dizer que os provérbios eram propriedade só dos velhos, e que só os anciãos poderiam por direito e vivência citá-los. Contrariando essa visão, resolvi virar os provérbios do avesso, tornando-os expostos e igualmente acessíveis aos jovens leitores. Afinal, quem consegue enxergar os provérbios de dentro para fora entenderá o âmago da questão, ou seja, sua essência, independentemente da idade, raça ou credo".

 

Ex. Provérbios do avesso.

 

“Se você não faz o que gosta, procure trocar de profissão.”

Original: “Se você não faz o que gosta, procure gostar do que faz”.

            Noventa e cinco por cento da força trabalhista está empenhada ou envolvida em funções alheias aos gostos e capacidades próprias. Daí da necessidade de improviso e especialmente de adaptabilidade. Do outro lado, existe o problema do comodismo e a falta de iniciativa própria para procurar e encontrar a profissão ideal – aquela em que se produz mais, e melhor, que gera maior prazer pessoal.  Por isso eu diria: nunca se canse de encontrar essa satisfação própria, empenhando-se numa profissão gratificante, ou seja, naquela em que você se sinta realizado.

 

 

Publicado 03/02/2014

 

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