Perdão - por Ligia Beltrao

Perdão - por Ligia Beltrao
  Perdão
 
 
 "Amar é não ter jamais que pedir perdão" Erich Segal
 
 
              Me Pego pensando nessa frase. Sou perguntas sem respostas. Fecho os olhos, como se na escuridão eu pudesse ver melhor. Aqueles muitos eus brigam dentro de mim, cada um, querendo ter mais razão que o outro. E quase que concordo com ela, a frase, há qual um dia, já imaginei perfeita.
 
              Rememoro passados bem presentes na minha vida. Quebro-me em milhares de pedacinhos que é para provar a mim mesma, o tamanho da minha força. Reinvento-me, como se toda poderosa eu fosse. Escapo remendada, mas inteira. Este poder que nós, seres humanos, temos de nos refazer é como se gritasse dentro de nós, que podemos tudo. Amor, também nos ensina que perdoar é quase sublime. Que pedir perdão, é ato de humildade.
 
                 Certa vez, me refugiei em meus medos e, por medo de pensar, achava que o que diziam era o certo. Fiz do meu eu mais reprimido, reserva de tudo, ou, quase nada. Até que um dia, precisei perdoar. O amor machucado doía tanto, que eu sentia o coração sangrar. Eis-me agora, sendo posta à prova. Pensei. O que importa coisa menor se a vida existe? Se o crepúsculo desta, não tardará, inventando a travessia das horas, em busca da perfeição nunca encontrada!
 
              Quantas assombrações se infiltravam nos meus medos e os fantasmas lá de trás, me amedrontavam com a crueza da irreversibilidade. Eu os escondia atrás das portas fechadas dos meus eus medrosos. Acreditava que já não saberia encontrar a estrada da volta.
 
         Entre o passado e o presente, há um ritmo, nem sempre entendido, de portas que se fecham e de outras que se abrem, dando continuidade à correnteza da vida. Preferi perdoar. Quem sabe um dia, não seja eu a necessitar ser perdoada por algo, ou alguma coisa que tenha feito ou dito, magoando alguém? Não me custou muito. Mas o gesto me fez viver, dai em diante mais feliz, além de ter- me dado à consciência de que, o perdão e o amor andam juntos, de mãos dadas.
 
           De quando em vez, é preciso repensar, reavaliar e ter certeza que vale à pena, não buscar perdão ou dá-lo, mas, se devemos esquecer-nos de aproveitar todos os momentos do tempo, que passa veloz, fragmentando os sentimentos, nos dando os desejos de reprisar emoções e que talvez, já nem tenham mais a mesma intensidade. A vida terá ido. E com ela, o amor...
 
              Hoje, eu digo que, quem ama, perdoa. Quem perdoa, certamente é porque ama. Porém, vivamos de maneira que, nunca seja preciso pedir perdão. O tempo urge. É preciso viver essa vida que se apresenta aí, diante de nós, como um grande presente de Deus.
 
 
Publicado em 13/05/2014

 

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