Paulo Gabardo - Entrevistado

Paulo Gabardo - Entrevistado

por Shirley M. Cavalcante (SMC)

 

Paulo Gabardo é um escritor, cantor e compositor curitibano, nascido em 26 de setembro de 1985. É autor dos livros “Dobras no Tempo” e “Poesias para quem escreve cartas de amor”, além de ter participado da antologia poética “Poesias Encantadas VII – O Melhor de Poesias Encantadas”. Paulo escreve desde os 10 anos e compõe desde os 14, tendo participado de diversas bandas e conjuntos musicais, tocando e cantando músicas próprias ou de compositores e bandas famosas. Desde 2011, Paulo reside em Brasília, participando dos conjuntos musicais Belle&Felix, Davi de Boa e Without Cash.

 

“Acredito que há atualmente um imediatismo que predomina nos relacionamentos amorosos, fruto até do desenvolvimento tecnológico. O modo com que uma sociedade se comunica é o modo como as pessoas que a compõem se relacionam. Indo contra esta maré, o livro apresenta uma alternativa.”

 

Boa Leitura!

 

SMC - Escritor Paulo Gabardo, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor. Conte-nos o que veio primeiro o gosto pela música ou pela escrita?

Paulo Gabardo - Olá! É um prazer participar desta conversa e agradeço a oportunidade. O gosto veio primeiro pela música, sem dúvida. Até por uma questão prática, eu diria. É mais fácil ter acesso a música do que a poesia. O ambiente familiar contribuiu muito com a qualidade daquilo que eu escutava, mas desde cedo, me interessavam mais as letras das canções do que os ritmos e acho que isso acabou despertando meu impulso criativo na poesia. Esse despertar acabou fazendo com que a poesia se tornasse a expressão criativa predominante. Só depois de muito escrever poemas é que arrisquei minha primeira composição.

 

SMC - De que forma a escrita esta inserida em seu dia-a-dia?

Paulo Gabardo - Como uma surpresa eu diria. Às vezes é possível direcionar o pensamento e criar algum poema de maneira bastante consciente, mas na maior parte do tempo tenho a impressão de ser apenas um instrumento para ideias que desejam se manifestar e me encontram como canal de expressão. É frequente eu me surpreender com temas e com os momentos em que o impulso criativo se manifesta. Sempre ando com um caderninho e uma caneta no bolso por prevenção. Claro que depois, há uma fase mais planejada, na qual a manifestação criativa é trabalhada, para desenvolvimento de estilo, forma, ritmo e mesmo do conteúdo.

 

SMC - Como foi a construção do seu livro “Poesias para quem escreve cartas de amor”?

Paulo Gabardo - “Poesias para quem escreve cartas de amor” é um livro de poesia lírica que, por meio da apologia de uma prática anacrônica - as cartas de amor - convida as pessoas a resgatarem a autenticidade e a qualidade da comunicação pessoal, especialmente nos relacionamentos amorosos. Acredito que há atualmente um imediatismo que predomina nos relacionamentos amorosos, fruto até do desenvolvimento tecnológico. O modo com que uma sociedade se comunica é o modo como as pessoas que a compõem se relacionam. Indo contra esta maré, o livro apresenta uma alternativa. O livro está estruturado em cinco atos e os poemas estão organizados de modo que, a cada página, o leitor acompanhe o avanço de um personagem na compreensão do amor e do relacionamento com a musa. Por fim, o leitor encontrará o personagem vencido pela ausência de palavras que expressem com exatidão esse maravilhoso sentimento, mas até elá muitas tentativas são feitas.

 

SMC - Conte-nos um pouco sobre o seu livro “Dobras no Tempo”

Paulo Gabardo - “Dobras no Tempo” tem sua estrutura inspirada numa inversão de As Flores do Mal, de Baudelaire. Em vez de uma transição do mundo utópico e ideal para um diagnóstico da realidade pueril, o livro toma com ponto de partida a idealização contemporânea, fundada no medo, de que o mundo é inseguro e infeliz, e busca conduzir o leitor para uma percepção mais abrangente, não dual e integradora da existência. O livro tem o projeto gráfico da artista plástica Ana Kawajiri, com apoio de Marco Kawajiri e chama muita atenção no aspecto visual. Novamente, assim como no caso de “Poesias para quem escreve cartas de amor”, “Dobras no Tempo” não é um livro de poemas esparsos, mas uma estrutura que busca coesão e integridade, servindo-se da organização dos poemas e da sua sequencia para revelar o conceito geral da obra.

 

SMC - Onde podemos comprar os seus livros?

Paulo Gabardo - Os livros podem ser adquiridos diretamente do autor, por meio da página www.facebook.com/poesiaspaulogabardo, encomendado nas livrarias Saraiva e Cultura, comprados da editora no site www.chiadoeditora.com, e nas livrarias portuguesas Bertrand https://www.bertrand.pt/ e Wook https://www.wook.pt/

 

SMC - Você é cantor e compositor, de que forma você divulga o seu trabalho musical?

Paulo Gabardo - Aí está um ponto a que preciso me dedicar mais. Estou fazendo uma página para apresentar todo o meu trabalho, poesia e música, e em breve pretendo disponibilizar algumas faixas na Internet. Por enquanto, as divulgações são apenas nas apresentações que faço.

 

SMC - Quem desejar contrata-lo como deve fazer?

Paulo Gabardo - Basta entrar em contato por mensagem na página

 www.facebook.com/poesiaspaulogabardo . Respondo rapidamente.

 

SMC - Quais os seus principais objetivos como escritor?

Paulo Gabardo - Espero conseguir propagar as ideias que se utilizam das minhas poesias para se expressarem e encontrar ressonância em pessoas que estão dispostas a recebê-las. É possível que alguém precise conhecer essas ideias e por isso elas se manifestam.

 

SMC - Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?

Paulo Gabardo - Acho o preço dos livros um obstáculo para uma maior popularização da literatura. As alternativas recentes de disponibilização de conteúdos virtuais, como e-books, são interessantes, mas o custo dos equipamentos não é desprezível. Além disso, apesar de sermos muito ricos em autores, faltam espaços amplos e adequados para iniciativas independentes. A música, nesse aspecto, é muito mais receptiva a novidades. Por fim, ainda há uma barreira educacional que conduz a uma elitização do livro no Brasil e um afastamento do conceito de livro como expressão artística. Talvez se o ensino da literatura fosse mais lúdico e menos rígido, haveria maior interesse das pessoas em buscarem os livros como entretenimento, principalmente os clássicos.

 

SMC - Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Escritor Paulo Gabardo, que mensagem você deixa para nossos leitores?

Paulo Gabardo - A literatura se enriquece com os conceitos abstratos que permeiam as palavras e retribui com visões e interpretações sobre esses conceitos. Acredito que há uma insuficiência de significados para determinadas experiências e determinados sentimentos. A literatura busca preencher essa insuficiência, essa imprecisão, recorrendo a metáforas e oferecendo alternativas às estritas descrições dos dicionários. Se até mesmo um objeto físico e tangível oferece experiências tangíveis que ampliam sua conceituação, como a pedra no meio do caminho de Drummond, isso se amplifica nas questões abstratas, tais como o amor ou a razão da existência. Em vista disso, a vida pode ser encarada como um processo criativo contínuo. É possível revisitar conceitos e alterar nossa realidade, observando nossa espontaneidade e nossas intuições. Existe um caminho de felicidade e amor abundante para cada um de nós e basta que escolhamos trilhá-lo.

 

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