O Dia Internacional do Café - por Mário de Méroe

Mário de Méroe

O Dia Internacional do Café

 

O dia 14 de abril é saudado como o Dia Internacional do Café. Em homenagem a essa tão popular quanto deliciosa bebida, transcrevemos abaixo um artigo, extraído de nossa obra “A Lendária Etiópia – A Casa de Salomão e da Rainha de Sabá”, a ser lançado em breve.

 

A pátria do café[1]

 

A antiga Abissínia (que a partir de 1941 adotou o nome de Etiópia) também guarda, entre suas lendas, aquela que trata das origens do café, como alimento/bebida/estimulante. Como tradição oral, a narrativa possui contornos imprecisos, com épocas e datas envoltas em nebulosas conjecturas. Outras fontes indicam como possíveis terras de sua origem o Iêmen, o Iraque e a Jordânia, com lendas mais ou menos semelhantes.

Porém, a mais divulgada é a saga do pastor Kaldi, no século VI, encarregado do pastoreio de um rebanho de cabras, no mosteiro da região de Kaffa, na Abissínia (África oriental), de onde se avistava o mar Vermelho e o golfo de Adén.

Na lida diária, o pastor Kaldi observou que, periodicamente, suas cabras ficavam muito ativas, saltitantes, e às vezes passavam a noite brincando entre os arbustos, parecendo obter energias de alguma fonte misteriosa. Tal fenômeno ocorria logo após ingerirem os grãos vermelhas de uma planta nativa da região, que crescia no alto das montanhas. Kaldi então experimentou a estranha comida, e sentiu-se bem disposto.

Contando sua aventura a um monge, este horrorizou-se, pensando ser obra do demônio e lançou os grãos ao fogo. A queima logo exalou um aroma agradável, energizante. A seguir, por curiosidade, os monges também cozinharam os grãos em água fervendo e obtiveram uma bebida que parecia vencer o sono, enquanto oravam, dando-lhes disposição e bom humor.

Logo convenceram-se das vantagens e da aplicação prática de tão natural estimulante, que seu consumo permitido, estimulado e disseminou-se na região.

Na origem, o café era comido, em grãos. Muito tempo depois passou a ser confeccionado como bebida, e foi denominada "café", que pode ser oriundo do nome da região (Kaffa), ou do árabe KAHOUA, KAWEH, ou QAHWAH, com o sentido de "estimulante, força, energia".

Passou-se algum tempo, até que o café passou a ser torrado e moído, sendo o pó resultante da moagem fervido com a água e apenas decantado, como ainda o fazem algumas regiões árabes. Fontes indicam que o café foi torrado, pela primeira vez, na Pérsia.

Os etíopes (à época, denominados por abissínios), protegeram muito bem seu “segredo”, que era comercializado apenas dentro das fronteiras do reino. Consta que foi levado a Meca apenas no século XV, onde rapidamente ganhou os mercados.

No século XVI, no Egito, desenvolveu-se uma nova forma de servir o café: adoçá-lo com figos secos.  A bebida era preparada fervendo-se os grãos diretamente. A moagem e o uso de filtros são de uso razoavelmente moderno. Os filtros foram criados em Veneza, o que representou um notável aperfeiçoamento na arte de preparar o café.

Consta que algumas tribos africanas, que conheciam o café desde a Antiguidade, moíam seus grãos e faziam uma pasta utilizada para alimentar aos animais e incentivar o ânimo e as forças dos guerreiros, por ocasião dos constantes confrontos. O Iêmen foi um importante centro de cultivo, de onde o café se propagou por todo o Mundo Árabe.

No Brasil, o hoje popularíssimo café chegou com os portugueses, em 1730. Pouco mais de cem anos depois, o café se tornou um produto tipicamente brasileiro e sua exportação foi incentivada pela excelente qualidade.

Inicialmente, o café era produzido no Rio de Janeiro; depois chegou a São Paulo e Minas gerais, estendendo-se gradativamente por todo o país. O Brasil hoje é um dos maiores, se não o maior produtor de café do mundo, e tem o seu próprio Dia do Café, comemorado em 24 de maio.

Como visto, a lenda sobreviveu até nossos dias e o café, já com suas modernas características de preparo, conquistou todas as nações do planeta.



[1] Méroe, Mário de, A Lendária Etiópia – A Casa de Salomão e da Rainha de Sabá.

 

 

 

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