Jorge Pincoruja - Entrevistado

Jorge Pincoruja - Entrevistado

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

 

Nascido na Beira Alta, no Outono de 1963, algures numa aldeia do distrito de Viseu, em Portugal. Cresceu com os olhos na Serra da Estrela e com os ombros fincados na Serra do Caramulo. Gosta de ser conhecido por Jorge Pincoruja, nome que adoptou como pseudónimo. Tem na alma os aromas do Vinho Dão, e no carácter as intempéries que assolam os granitos despidos das serras que lhe barravam os horizontes. Aos vinte e cinco anos, foi de abalada para o Reino Unido, e por lá ficou. Dedica-se a escrever poesia e prosa poética... Não sabe porque escreve, mas é um hábito tornado necessidade. Habilitações literárias? Não tem muitas, mas sempre se cultivou. Como lema de vida, tem de se poder fazer muito; com pouco, haja boa vontade e tudo se consegue. Vive em Londres, onde acabou de crescer e se fez no homem que é hoje. A sua escrita abrange um vasto leque de assuntos e emoções, passando pelo amor e pela raiva. Mas seja qual for a emoção, é sempre tratada à sua tão própria maneira, sempre com um aroma poético.

 

“Neste livro, falo de emoções, olhares, passos distraídos, angústias, coisas tristes, saudades e arrependimentos, às vezes com dor, outras com sarcasmo.”

 

Boa Leitura!

 

Escritor Jorge Pincoruja, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos o que mais o atrai na escrita literária.

Jorge Pincoruja - O que me atrai na escrita? É difícil dizer. Sei que escrever foi sempre uma forma de despejar as coisas que vão cá dentro. Atrai-me a ideia de que a escrita pode ser o veículo certo para se conhecer o mundo das outras pessoas. Atraí-me também saber que as pessoas se revêem naquilo que escrevo, o que me dá uma justificação ainda maior para escrever.

 

Em que momento se sentiu preparado para publicar o seu livro de poesia «Com um Olhar nos Oleandros»?

Jorge Pincoruja - De repente, deixou de ser uma questão de como, mas de quando editar. E a edição começou a fazer sentido devido ao imenso “feedback” dos meus leitores habituais da minha página do facebook. Assim nasceu o livro, em Novembro de 2014.

 

Como foi a escolha do título?

Jorge Pincoruja - A escolha do título foi difícil. Por se tratar de um livro de poemas que não tem um tema ou linha que se mantenha igual pelo livro todo. Neste livro, falo de emoções, olhares, passos distraídos, angústias, coisas tristes, saudades e arrependimentos, às vezes com dor, outras com sarcasmo.

 

Qual é o estilo de textos poéticos que está sendo apresentado na obra?

Jorge Pincoruja - Francamente, não sei que estilo uso no livro ou na minha forma de escrever. De certeza que uso um muito meu. Há momentos em que digo tudo declarado, de uma forma que pode magoar; noutros digo as coisas tão escondidas, tão camufladas, que é preciso ler várias vezes para se chegar ao cerne.

 

Pode apresentar-nos um dos textos publicado no livro?

Jorge Pincoruja - Absolutamente! Escolhi justamente o texto de prosa poética que dá o título ao livro: «Com um Olhar nos Oleandros».

 

Nesse olhar vago, quase desfocado, há um desalento e uma dor de alma que se adivinha.

É um olhar de distância, tão distante que parece esquecido!

Apoia-se numa cadeira por falta de um ombro, e naturalmente por falta de melhor pouso. De lábios cerrados, tem gritos que se ouvem a milhares de anos-luz.

É um retrato de mulher de cabelos brancos, ordenados como ficheiros, esquecidos numa gaveta.

Uma dessas gavetas que ninguém abre...

As mãos pálidas com unhas bem tratadas que saem dos dedos já arqueadas.

Faltam-lhes as cordas das guitarras que um dia tocaram melodias nos acordes do coração.

Hoje é um coração fechado, como um templo de uma religião esquecida.

Nos parapeitos das janelas desse templo refugiam-se algumas pombas como um simbolismo de doces recordações...

Tudo parece não ser mais do que recordações!

Nesse olhar, há destinos que foram precocemente decepados... arrancados pela raiz como se de ervas daninhas se tratassem.

Pode-se dizer, às vezes, que a vida é injusta, cruel até.

Será?!... Resta a consolação de que este olhar é o retrato de uma mulher que poderia ser amarga, mas em toda a sua compostura  tem uma áurea de um amor por inventar...

Uma doçura que vai muito além do aroma dos oleandros no jardim.

 

Onde podemos comprar o seu livro?

Jorge Pincoruja - A obra pode ser pedida à Chiado Editora. O link:

https://www.chiadoeditora.com/pesquisa?q=jorge+pincoruja

 

Como leitor, qual é o tipo de textos que gosta de ler?

Jorge Pincoruja - Nem tudo me atrai para ler. Sou muito selectivo. Gosto de ler crónicas, mais do que romances, aliás, romances não, de todo. A leitura que escolho é uma leitura rápida e leve. Não dispenso ler naquilo que escolho a beleza que o autor possa emprestar a um texto, mas palavras difíceis que ninguém usa, só para impressionar algum catedrático... e eu, não sendo catedrático... com certeza não fará parte da minha leitura tal coisa. Não aprecio elaboradas descrições das personagens e das cenas onde se desenrola a história. Há pessoas que gostam de todos os detalhes dissecados a bisturí... eu não. Fundamentalmente, se alguém escrever para eu ler, tem de o fazer de uma forma tão natural que não se possa distinguir de uma realidade... uma coisa que não tenha arestas de fabrico.

 

O que mais o encanta na leitura deste tipo de textos?

Jorge Pincoruja - O humor, o sarcasmo e a inteligência do autor que, forçosamente, se reflecte na obra.

 

Você já participou de várias antologias e colectâneas. Qual foi a participação que mais o cativou. Por quê?

Jorge Pincoruja - Sim, também eu já participei, e neste momento estou a participar de algumas antologias/colectâneas. Até ao momento, a participação que mais me cativou foi em «A Bíblia dos Pecadores», por diversas razões, que não somente a razão literária.

 

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Jorge Pincoruja. Agradecemos a sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para os nossos leitores?

Jorge Pincoruja - Grato sou eu pela oportunidade de me dar a conhecer um pouco melhor. A  mensagem que eu posso deixar aos leitores e, principalmente, aos mais jovens é: não se deixem vencer pela preguiça! Leiam tudo o que lhes passar pelas mãos! Quanto mais lerem, mais a faculdade de pensar se alarga. Mentes estreitas nem velas acendem. O saber não ocupa lugar. Às vezes, num simples parágrafo, há uma vivência inteira.

 

 

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