Jorge Nuno

Jorge Nuno

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Nasceu em Coimbra [Portugal]. Cedo mostrou tendência para as Artes e para a Poesia . Atualmente  residi em Bragança é aposentado como docente desde 2011, dedica agora mais tempo aos atos criativos, tanto na pintura como na escrita. Tem usado a escrita criativa de forma distinta, com incursões pelo conto, romance e poesia. Quanto às Artes, os primeiros trabalhos surgiram em 1972, sob a forma de desenho a carvão, passando em 1983 para tinta-da-china e, a partir de 2000, evoluíram para a pintura a óleo, posteriormente com algumas experiências com pastel a seco e óleo, sanguínea e técnicas mistas. Jorge Nuno é membro da Associação Portuguesa de Poetas, da SCALA – Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada, da Galeria Aberta Associação e de várias redes sociais dedicadas à poesia e às artes.

“Mas acreditem, acima de tudo, nas vossas potencialidades, na vossa capacidade criativa e na vossa capacidade de entrega ao projeto que abraçarem, desenvolvendo-o com entusiasmo. O resto virá por acréscimo.”

Boa Leitura!

 

SMC - Jorge para nós é um prazer tê-lo conosco. Conte-nos como surgiu o gosto pela escrita e o gosto pela pintura? O que veio primeiro?

Jorge Nuno - O gosto pela escrita e pela pintura surgiram muito cedo. Lembro que ainda adolescente criei uma “revista”, escrita e ilustrada manualmente, que intitulei “Real Kágada”, contendo brejeirices e que enviava para um amigo no Navio-Hospital Gil Eanes, para delícia da tripulação que andava pelos mares da Terra Nova, no apoio à pesca do bacalhau. Na juventude, escrevia poemas que musicava. Como já referi, os primeiros tarabalhos artísticos, dignos desse nome, foram realizados em 1972. Nunca tinha pensado no conteúdo da pergunta, mas concluo que o gosto pela escrita evidenciou-se primeiro.

 

SMC - O que diferencia a inspiração literária da inspiração artística (pintura)?

Jorge Nuno - Dizia George Bernard Shaw que “A imaginação é o início da criação. Imagina aquilo que deseja, deseja aquilo que imagina, e finalmente cria aquilo que deseja”. Em relação à pergunta, nesta perspetiva, não vejo diferenças. Imaginei o que seria pintar uma mandala, atirei-me ao trabalho sem uma ideia concreta definida e passado algum tempo tinha a tela pronta, agradado com o efeito, mas sem conseguir responder como foram ali parar os elementos que compõem a obra artística. Simplesmente, deixei fluir a imaginação e o ato criativo realizou-se [tenho um poema sobre “O Ato da Criação e a Genialidade” que aborda este assunto]. Desejei uma mandala e ali estava.

Do mesmo modo, entendi que depois de muitos poemas e vários contos, era chegada a hora de escrever um romance. Não é só precisa inspiração, mas também “transpiração”. Escrevi o primeiro terço do livro junto a Lisboa. Como havia muitas solicitações e me dispersava, os dois terços de “As Animadas Tertúlias de Um Homem Inquieto” foi escrito na região de Trás-os-Montes, em Bragança, constituindo-se como um ato solitário, porque me isolei da família para o poder escrever serenamente e sem as contantes interrupções anteriores.    

 

SMC - Quais são as suas referências literárias? Que autores influenciaram a sua formação como escritor?

Jorge Nuno - Com 14, 15, 16 anos já lia clássicos da literatura, como: “Os Irmãos Karamazov”; de Dostoievski; “”Guerra e Paz”, de Leão Tolstoi; “Grandes Esperanças”, de Charles Dickens; “O Vermelho e o Preto”, de Stendhal; “Os Miseráveis”, de Victor Hugo; “O Crime do Padre Amaro”, de Eça de Queiroz [que li durante uma noite]; “Esplendores e Misérias das Cortesãs”, de Honoré de Balzac; “Doutor Jivago”, de Boris Pasternak, entre muitos outros. Não tenho dúvidas da importância destes autores na minha forma de encarar o mundo, de crescer como pessoa e mais tarde como escritor.

 

SMC - O que aborda em seu livro "As Animadas Tertúlias de Um Homem Inquieto"? Para quem indica a leitura de seu livro?

Jorge Nuno - Partilho convosco parte do texto elaborado pela Editora, contendo a recensão crítica da obra: Estas "tertúlias" representam uma reflexão sobre a condição humana em tempos conturbados. A verdade desassossega, mas por vezes a sua busca pode ser ainda mais inquietante. Em torno da mesa do café, ou  na associação "Estrela Vermelha", sempre rodeado dos mais próximos, Filó procura as cogitações que podem voltar a instalar a quietude na sua alma. Da solidão máxima da introspeção do seu ego, esta é uma rica demanda que não deixará ninguém indiferente. Entre a solidão dos seus pensamentos e a convivência com a comunidade que o rodeia, Filó procura, num ato de suprema coragem, pensar em tempo de crise juntando o questionamento à ousadia de projetar na sua ação as dores da criação artística.

Entre animadas personagens que contrastam com Filó, saberemos adivinhar as agruras de um Portugal em crise, na especificidade das suas gentes e dos seus viveres [idêntica à vivida por muitos povos em todos os Continentes]. Descobriremos almas atormentadas ora por obstáculos que a vida impõe, ora por obstáculos que a sua própria subjetividade coloca no seu espírito. “As Tertúlias…” constituem-se num romance de escrita prazeirosa que ladrilha um caminho com o qual facilmente nos identificaremos. Um dos personagens é o brasileiro Caetano, de alto astral, que tem uma forte importância no desfecho desta história da atualidade [personagem apreciado por alguns amigos brasileiros que já leram a obra]. Trata-se de um romance do Portugal contemporâneo que não deixará de colocar as mais universais das questões.

Creio que é uma obra dirigida a qualquer público. Se eu li clássicos da literatura universal, com aquela idade, também entendo que os mais jovens podem (e devem) ler este romance e quanto mais cedo melhor, pois está cheio de mensagens de grande utilidade. Creio que será também uma obra de autoajuda e que poderá ser sintetizado na frase de William James: “A grande revolução da nossa geração é a descoberta de que seres humanos, modificando as atitudes interiores das mentes, podem modificar aspetos exteriores das suas vidas”.

 

SMC - Jorge estou sabendo que está vindo novos projetos, inclusive, o lançamento de um novo livro para o segundo semestre, já tem um titulo para o livro? O que será abordado  neste seu novo projeto literário?

Jorge Nuno - É verdade, trata-se de um livro de poesia. Comecei agora a compilar muitos dos meus trabalhos de poesia para os transformar em livro e fazê-lo chegar às estantes das livrarias e da casa de cada um. Tenho três títulos em mente, mas a ideia do título anda à volta do conceito de “Amanhecer ao Entardecer”, como se desse, aos outros, estímulos para um envelhecimento ativo, tal como a ideia lançada por mim numa Universidade Sénior em Portugal, durante os seus primeiros quatro anos de vida, onde fui professor. Quanto ao conteúdo, aponta para quatro capítulos (podendo ser alterado), onde inclui. “Espiritualidades”;  “Leveza de Escrita”; “Causa Maldita” e “Um Toque de Humor”. Mais uma vez, é um livro cheio de mensagens de forte utilidade.

 

SMC - Estou curiosa, você comentou em uma de nossas conversas que faz exposições individuais de pintura+poesia, como são estas exposições?

Jorge Nuno - É simples e eficaz: elaboro uma obra de pintura e faço um poema adequado a essa pintura ou, sem ser com essa intenção, que se adapte à pintura (ou vice-versa). Aquando da exposição, junto ambos, poema e pintura e, pelos relatos no meu “Livro de Honra” e comentários pessoais, tem o efeito esperado, ou seja, agradável aos sentidos.

SMC - Acredito ser do interesse de alguns promotores culturais ter sua participação como escritor e pintor,  em alguns eventos literários, que tipo de espaço físico você precisa para viabilizar sua participação nestes eventos? como estas pessoas devem fazer para entrar em contato com você?

Jorge Nuno - O espaço físico depende do número de obras expostas. Já o fiz com 30 obras de pintura e 30 poemas e com 15 obras de pintura e 15 poemas. Umas das questões que se coloca sempre é evitar-se a exposição à luz natural direta e outra questão prende-se com a segurança dos materiais expostos no espaço, por razões óbvias.

Poderei ser contactado através de:

Sítio da Escrita Criativa:
https://jorgenuno.wix.com/letras

Facebook::

www.facebook.com/jorgenuno.art
E-mail:
jorgenuno.art@gmail.com

 

SMC - Onde podemos adquirir seu livro?

Jorge Nuno - O livro está à venda nas livrarias portuguesas, na própria Pastelaria Studios Editora e nos catálogos on-line de livrarias como: Wook; Bertrand; Book.it, … Basta, no Google, indicar  “As Animadas Tertúlias de Um Homem Inquieto” seguido de uma destas livrarias virtuais portuguesas. [ ISBN: 9789898629258 ]. Portanto, pode ser adquirido em qualquer Continente.

Em julho espero ter o e-Book disponível, a custos mais baixos. Darei essa informação, oportunamente, no meu blogue e no meu sítio da Internet

 

SMC - Que dica você pode dar às pessoas que estão iniciando carreira como escritor?

Jorge Nuno - Recomendo que façam como eu. Antes de iniciarem a carreira de escritor, tentem documentar-se sobre a própria carreira. “É possível viver-se só da escrita?” perguntava uma minha amiga jovem escritora. Deixo a pergunta no ar. No meu entender, a resposta será diferente para pessoas diferentes. É evidente que aqueles que tiverem as qualidades exigidas a um escritor terão maior hipóteses de sucesso. Pelo sim, pelo não… recomendo a leitura de “Como Não Escrever Um Romance”. Acreditem que esta leitura tem muita utilidade. Mas acreditem, acima de tudo, nas vossas potencialidades, na vossa capacidade criativa e na vossa capacidade de entrega ao projeto que abraçarem, desenvolvendo-o com entusiasmo. O resto virá por acréscimo.

 

SMC - Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário em Portugal?

Jorge Nuno - Escrevi, recentemente, um artigo para a nova revista de poesia “A Chama” , n.º 2, de maio/junho.2013 [como colunista], e o artigo intitula-se “Publicar em tempos de crise?”. Abordo a problemática das pequenas editoras, o mercado livreiro e as dificuldades em publicar, precisamente perante uma crise económica e social que atinge muitos países, incluindo Portugal. Gosto muito de livros, de os manusear em suporte de papel e receio que dentro de pouco tempo seja um produto em vias de extinção. Vingarão, por algum tempo, os e-Book, tal como as editoras discográficas quase que desapareceram para dar lugar a outros negócios relacionados com a música em fomato digital, descarregada através da Internet. As pequenas editoras de livros tenderão a desaparecer, a menos que se lancem no mercado digital, já com uma expansão assinalável, nesta área de negócios, pelas grandes editoras. Também às pequenas editoras não é fácil obter parcerias com as distribuidoras, para colocar o produto nas prateleiras das grandes superfícies, mesmo que o produto literário seja de qualidade. Logo, quem publica através de uma pequena e até média editora vê a sua obra muito condicionada no mercado livreiro. Acredito, por exemplo, na possibilidade de colocar produtos deste tipo no Brasil e do Brasil em Portugal, com vantagem para todos. Basta, como sempre, a adapção de estratégias conjuntas que apontem nesse sentido. Até lá, vai crescendo o mercado literário digital e diminuindo o mercado em formato de papel.

 

SMC - Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação, muito bom conhecer melhor o Escritor/Poeta/Pintor Jorge Nuno. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Jorge Nuno - Deixo a mensagem de um homem que admirei (e continuo a admirar, mesmo depois da sua partida) – Mahatma Gandhi: “Precisamos de nos tornar na mudança que desejamos ver no mundo”. Mas acrescento, para isto, é necessário procurarmos, cada um por si, modificar as atitudes interiores das suas mentes, passando, naturalmente pela leitura e pela reflexão, tendo em vista um melhor autoconhecimento.

Agradeço esta oportunidade de expor a minha obra e algumas das minhas ideias, numa procura de ajudar a construir e viver num mundo melhor.

 

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