Charles Burck - Entrevistado

Charles Burck - Entrevistado

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

 

Charles Burck Heterônimo de Wilson Costa – Escritor, poeta, fotografo, artista plástico e web designer, antes já foi, Contador, Financeiro e Administrador, digo, o Wilson, não eu.

Livros escritos sob esse perfil, o do Charles, todos de poemas, - O anjo do dia, Compêndio de Coisas Guardadas, Olhos Ferino, Oxigênio, Falsas Impressões, Alma e Causos Complicados.

Sob o perfil do Wilson, O grito, uma história de amor e preconceito, O rio do Destino, Protegidos pelas estrelas, Zoé, Angusturas, nos Confins da Solidão, Enquanto te espero, A Clareira do Ipê Rosa.

 

“Charles Burck me reinventou como autor, quando eu estava cansado de mim, ele chegou, e me falou, vamos fazer diferente, e fizemos.”

 

Boa leitura!

 

Escritor Charles Burck, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que mais o atrai nos causos?

Charles Burck - Agradeço a oportunidade de me manifestar, apresentando o meu trabalho. Bem, certamente é a característica única é a forma da narrativa, a estrutura rítmica, os neologismos aplicados nos momentos certos, cujos contornos se desenham entre a dimensão do imaginário mágico regionalista à poética refinada, nível conceitual das especulações filosóficas à fluidez lépida das cenas, as imagens retoricas aos planos articulados por uma constante interpelação da própria linguagem, caminhando tudo isso, ora lado a lado e por vezes misturados, denotando graciosidade e força de escrita. Uma peculiar configuração rítmica, inovação e modernidade na forma de versejar.

 

Como surgiu “Causos complicados”?

Charles Burck - De um acaso, ou não, surgiu nas buscas de superação diária de escrever melhor, de fugir do vulgar, da mente a elaborar estruturas raras, de uma frase como uma faísca e uma dinâmica intensa de escrever como borbulhar espontâneo e quase subconsciente de colocar no papel o que fosse e viesse, antes de avaliar, como se de um sentimento nascesse a concordância, era combustível alimentando as faíscas.

 

 

Apresente-nos a obra (sinopse)

Charles Burck - A poesia sofrida de um povo sofrido, a alegria em tons menores nunca morta pela serpente da desesperança, um gole de agua na sede das buscas, uma pedra para descanso como alivio às esperas, a comunicação emotiva que se estabe­lece entre o ler e o sorrir, o imaginar como nascem as palavras em solo tórridos, e do chão seco como florear palavras contrastadas com os rostos curtidos e as vida marcadas sendo desvendadas em poemas, o homem e os seus problemas, suas lutas, alegrias e aflições, um beijo na terra para  fazer brotar uma flor.

 

Poderia nos apresentar um exemplo de um causo

Charles Burck - De cabeça para baixo viu o mundo rasteiro, mais rasteiro do que era,  um pé que vai primeiro não avisa ao outro do caminho, mas o buraco é mais fundo para quem olha apenas o firmamento, mas pé torto e anjo morto também entram no céu.

Domingas, a da ferida aberta, casou-se com Monsolo, tiveram três filhos homens, dois morreram solteiros, e um casou-se depois de morto, ele trocou o sagrado pelo profano e brindou o fim do mundo em janeiro, mas o mundo tinha acabado em dezembro e o padre não professou o casamento.

Beijo de mulher brava não traz prazer algum, ficamos com medo de perder os beiços, ou que ela nos coma a língua toda, mas nem todos os sapos têm boca grande, mas há as pererecas que só querem saber dos beijos. Porém escrevo temente às coisas que digo, se alguma alma malévola me descobrir por dentro, e perceber que eu não tenho suficiente inteligência para zombar do coitado do jumento, melhor que eu me cale então e passe a cuidar da burrice que me cabe.

 

Quais os principais desafios para escrita desta obra literária?

Charles Burck - Ah! Sem dúvida manter o ritmo próprio à obra, que é como uma canção rabiscada em traços ilógicos, de metáforas de tempo desenhando ir à frente de nós, do seu tempo, numa forma corrida de dizer, ao menos assim concebo, que sendo cantada que fosse acelerada, pisadas calcadas, batida na mesma passada no chão.

 

“...Risco e rabisco feito pé de vento, quem lava e relava o sovaco tem catinga boa, eu já orei para almas benditas que me dessem bons cheiros, mas de vez em quando vem malcheiroso do molambento me atentar de novo, não me curvo a catingueiro, mas não faço filho para largar no mundo,

Galinha solta no terreiro não tem marido certo, valoriza a sua mangurinha, se homem já não presta, criança não tem culpa de nada. Nasceu descida do céu, anjinhos sem asas, feito curió sem defesas.”

 

A quem indica leitura da obra?

Charles Burck - Rindo... a todos, não toda, digo a obra, pois não toda, às criancinhas, mas às criancinhas também, alguma coisa, pois tem coisas afeitas a todas as idades, ou quase todas. Ainda rindo

 

Onde podemos comprar o seu livro?

Charles Burck - No Clube de Autores, Ou na Amazon

https://www.clubedeautores.com.br/livro/causos-complicados#.XHWkLYlKjIV

 

Quais os seus principais objetivos como escritor?

Charles Burck - Sempre, não ser vulgar, não ser comum, não ser banal, criar rimas raras, pegar os escritos dos melhores autores e ler, e me perguntar, será que posso fazer melhor?

Ler, “ Só queria ter do mato, um gosto de framboesa, para correr entre os canteiros e esconder minha tristeza. “. E me dizer, seja assim, faça coisas assim...

Escrever todos os dias até aprender a escrever e depois me perguntar, você fez o melhor?

E depois que me cansar, um dia, apenas escrever por escrever.

 

Charles Burck é um peseudônimo. Conte-nos, por que Charles Burck?

Charles Burck - Charles Burck me reinventou como autor, quando eu estava cansado de mim, ele chegou, e me falou, vamos fazer diferente, e fizemos. Foi uma necessidade minha de poder ser alguém além de quem estava cansado se ser quem era. De ser o menino educado e maleável, o espiritualizado, o bom filho e bom pai e avó, mas havia dentro de mim outros tantos Wilsons querendo ser, ou sendo obscuramente, ou querendo se mostrar, não melhor que o outro, mas diferente, no conteúdo de se expressar, de dialogar com o mundo e consigo, ou entre eles, até que não sejam mais separados, separáveis. A fusão, do bom e do mau de cada um. E isso trouxe vida aos dois.

 

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Charles Burck. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Charles Burck - Leiam-me me lendo, há um mundo em cada escritor e eu não sendo mundo que você é, sempre vale a pena ser visto, lido e questionado por outro mundo. A invenção do que somos, do sermos, nunca foi um bem separado, traduza-me tentando saber se isso é uma verdade. Depois, uma obra só é acabada quando lida, e tem mais, qualquer sopro nas minhas páginas fará voar um outro universo por baixo do pó que eu sou, amanhã possivelmente eu venha a ser famoso, mas não quero ser depois de morto, e eu estou te dando a possibilidade me conhecer antes, assim também atribuirei a construção da minha inacabada obra, quando acabada, a você. Obrigado. Fica bem.

 

 

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