Ângelo Rodrigues - Entrevistado

Ângelo Rodrigues - Entrevistado

por Shirley M. Cavalcante (SMC)

 

Quem é ele!?  A errância pura, a diáspora da contradição.

É, como alguém já escreveu, um ser intelectualmente irrequieto e insatisfeito que procura despertar as consciências adormecidas pela rotina das ideias feitas, das convenções, dos sistemas.

É licenciado e profissionalizado (pós-graduado) em Filosofia.

E num dia efémero de hábitos estúpidos e terrivelmente convergentes (como no caso do trabalho), escreveu o seu fiel alter-ego Miguel d’Hera num diário-não-autorizado: Ângelo Rodrigues é um resistente, eclético, ecuménico, "um criador de absoluta insatisfação"; é também um humanista do desejo e da ousadia, um provocador de impossíveis, um moscardo farpizante de conservadorismos e de estabilidadezinhas; um arauto da diferença; um místico do devir... Um tipo - às vezes e apesar das crises… - divertido!

 

“Se o tipo mais crápula / troglodita e fora da lei deste mundo conseguir ser um pouco melhor do que é pelo facto de me ter lido, já valeu a pena ter escrito e publicado.”

 

Boa Leitura!

 

Divulga Escritor - Escritor Ângelo Rodrigues é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor. Conte-nos o que o motivou a publicar o seu livro Eternidade & Absurdo?

Ângelo Rodrigues - A motivação para se escrever um livro (e publicá-lo - que é também uma experiência corajosa, ousade e bastante complexa) é sempre algo enigmático e, no meu caso, pouco ou nada racional. Escrevi este livro porque sim… porque me apeteceu… Se outras razões existiram, passaram-me um pouco ao lado. Escrever e publicar é algo quase visceral e inato em certas pessoas e, no meu caso, tendo eu uma propensão grande para a “Comunicação” (já exerci jornalismo e grande parte da minha vida é dedicada ao ensino), escrever e publicar é um “ato” natural (como quem respira)…

 

Divulga Escritor - Como foi a construção dos textos que compõe esta obra?

Ângelo Rodrigues - Uma parte significativa do livro são poemas, textos e aforismos inéditos que fui escrevendo e guardando ao sabor do tempo. Quando decidi publicar o livro, o meu maior problema foi encontrar os poemas e textos mais significativos que estivessem em conformidade com a ideia filosófica/cultural/teológica/antropológica do título e do assunto que queria explorar. Modéstia à parte, penso que consegui apresentar um conjunto de poemas/textos/reflexões que concetualizam, problematizam, especulam e “polemizam” o tema central e essencial do livro. A segunda parte da obra (talvez mais criticável por alguns por ser “algo narcísica” mas não intencional) consiste na reunião de vários textos (prefácios, posfácios, impressões, artigos, opiniões, badanas e contracapas de pessoas que eu admiro e que sobre mim escreveram ao longo da minha atividade de cerca de 25 anos de Literatura, Coordenação literária e afins.

 

Divulga Escritor - Algumas pessoas criticam a apresentação do livro ”Se fores parvo, idiota, imbecil, estúpido, fanático, sem dúvidas, bronco, ordinário, ditador, insolente, arrogante ou patético, também podes ler este livrinho!” Conte-nos, como foi a construção e escolha do texto para apresentação do livro?

Ângelo Rodrigues - Admito que tenho uma postura/atitude (mundividência) algo irónica na vida e para a vida e também não suporto aqueles que se consideram os especialistas de tudo e mais alguma coisa bem como os puritanos… Esta singela frase promocional (honesta, verdadeira, sincera e autêntica) quer dizer exatamente o que diz.  Eu não escrevo nem publico apenas e só para intelectuais, esclarecidos, pessoas tidas como “normais” e interessados em Literatura. Eu quero e desejo, acima de tudo, chegar a toda a gente e, sobretudo, a todos aqueles que por uma razão ou outra são literário-excluídos (seja lá isso o que for!). Se o tipo mais crápula / troglodita e fora da lei deste mundo conseguir ser um pouco melhor do que é pelo facto de me ter lido, já valeu a pena ter escrito e publicado.

 

Divulga Escritor - Já percebemos que “Eternidade & Absurdo” se trata de um livro polêmico,  filosófico, reflexivo... conte-nos o que mais o encanta nesta obra literária?

Ângelo Rodrigues - Se a Literatura não for – também – polémica, não servirá para muito. A polémica galvanizará o mundo e serei sempre polémico até morrer... E quando chegar ao Inferno, continuarei a ser polémico mesmo que o Diabo me queira doutrinar…

É isto o que mais me encanta nesta obra: os meus poemas/escritos são absolutamente despretensiosos, despreocupados, livres, esvoaçantes, combatem os preconceitos, as ideias-feitas e tratam de assuntos/temas/problemas/ideias universais. São poemas/escritos contemporâneos, lúdicos, hilariantes, por vezes cómicos, revolucionários, desconcertantes, cáusticos, patéticos (no sentido mais nobre do termo), por vezes humorísticos, irónicos, polémicos, críticos, mordazes, subtis, insólitos, inesperados, inovadores, originais, diferentes, ousados, arrasadores, errantes, loucos, dionisíacos, existencialistas, psico-terapêuticos, desbragados, destruidores de mentalidades tacanhas e fechadas, desconfiguradores, demolidores, palavrosos, debochados, alquímicos, antropológicos, às vezes eróticos, filosóficos, políticos, históricos, sociais, culturais, estéticos, ambientais, teológicos, religiosos, anticlericais, diabólicos, endeusados, monárquicos, republicanos, democráticos, reais, ilusórios, fantasmagóricos, antipoliciais, embriagantes, excessivos, psicanalíticos, calmantes (concorrentes do Xanax e do Valium), hiperbolizantes, instintivos, anticlaustrofóbicos, antistresse, anticrise(s). (Já chega porque há um limite para a resposta. Se assim não fosse, poderia estar o dia todo nisto…)

 

Divulga Escritor - Onde podemos comprar o seu livro?

Ângelo Rodrigues - O livro estará esgotado em pouco tempo e não queremos voltar a reeditá-lo mesmo que a editora me pressione ou me ofereça condições excecionais. Acabou por se tornar num livro “único” (os meus amigos, colegas e vários dos meus leitores me têm dito de forma carinhosa e apologética que se trata de um “livro de culto” e quero acreditar que assim é e por isso não será reeditado). Não é um livro comercial e por isso o importante é que chegue – apenas e só – às pessoas que valem a pena. Neste momento existem em stock/armazém apenas cerca de 50 exemplares e preferimos que sejam adquiridos/comprados de uma forma muito prática, direta e eficaz e sem grandes burocracias comerciais. Basta enviar um simples e-mail com o pedido para sinapiseditores@gmail.com e solicitar o envio do livro. Também pode ser adquirido – em todo o mundo – através da loja online da editora em https://www.sinapis.pt/products/eternidade-absurdo-poesia-e-nao-so

 

Divulga Escritor - Fugir do comum, é comum para o autor Ângelo Rodrigues, conte-nos quais os principais projetos a serem apresentados, nos conte um pouco do porvir.

Ângelo Rodrigues - Custuma-se dizer que “o futuro a Deus pertence”. Contudo, enquanto por cá andar, tenciono ainda publicar outras obras e usufruir do prazer e do encanto de uma das grandes conquistas da humanidade: a Literatura.

 

Divulga Escritor - Como você vê o mercado literário português?

Ângelo Rodrigues - Apetecia-me dizer um palavrão mas na vida procuro ser elegante e numa entrevista deste género não convém dizer palavrões.

O mercado literário português (como lhe chama) precisa de uma grande reforma a vários níveis. Existe uma grande confusão e trapalhada editorial e comercial neste setor. Há um tempo a esta parte, parece que toda a gente virou editor e entendido na matéria e o desejável “profisionalismo da coisa” ficou em causa e como que doente ou quase moribundo. Há “editoras”, para-editoras e afins que não passam de intenções, de caprichos e que não respeitam as normas e os procedimentos legais (e outros) que o mercado exige e necessita... Falta muita pedagogia, formação, experiência editorial, informação, reestruturação e também algum respeito pelos autores/escritores por parte de todos os intervenientes no processo. Quanto à Comunicação Social (Media) em geral, é uma lástima completa e tenho a perceção que exitem jornalistas e “comunicadores / apresentadores” que nunca leram um livro e muito menos o promoveram...
Estou ligado a uma editora em Portugal (enquanto escritor e editor) mas em breve irei fundar a minha própria editora e desejo que a mesma seja uma “pedrada no charco” e com isto possa combater um certo marasmo e arrogância editorial que se instalou em Portugal. Estejam atentos! (Provisoriamente, poderão enviar os vossos projetos literários para producoeskxy@gmail.com).

 

Divulga Escritor - Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário em Portugal?

Ângelo Rodrigues - Creio que a resposta à pergunta anterior já contempla esta. Contudo, acrescento o seguinte: coloquem nas editoras e na Comunicação Social (particularmente nas televisões) pessoas mais esclarecidas, que percebam de facto que a Cultura em geral (e a Literatura em particular) são essenciais para a vida, são o “sal e a pimenta” desta. A Comunicação social devia ter mais programas sobre livros e sobre autores/criadores e pelo menos, uma vez por dia, todas as empresas de Comunicação Social deviam falar e promover um livro e um autor diferente (não sempre os mesmos do regime, do compadrio e da cunha…). Claro que isto é uma utopia… mas o mundo evolui de utopia em utopia.

 

Divulga Escritor - Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Ângelo Rodrigues. Agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Ângelo Rodrigues - Seja feliz e não queira morrer sem ler, usufruir e curtir o meu último livro «ETERNIDADE & ABSURDO». (Estarei disponível para qualquer informação, esclarecimento, crítica, especulação ou devaneio pelo e-mail producoeskxy@gmail.com). Até sempre!

 

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Imagem para apresentação da entrevista

 

 

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