Angela Paiva - por Eduardo Garcia

Angela Paiva - por Eduardo Garcia
Angela Paiva – Natural de Paulista-PE, nascida em 23/12/1970 sua cidade mãe e onde vive até hoje, casada com Ricardo Gomes e mãe de dois filhos, Maria Beatriz e João Vitor.  Professora, Pedagoga em formação, declamadora, poeta e cordelista, é autora dos cordéis: “A cartilha de ABC do meu pai”, “Santa Maria Exemplo de mãe”, “Meu nome não é comum”, “A esperança seca”, “De Paulista a Exu eu vi o Parque das Lágrimas”, “O amor e a rotina e dois cordéis”, em parceria com outros poetas, “60 anos da FIOCRUZ-PE” e o cordel da “UBE Núcleo Paulista”, autora de sonetos e versos livres. É Membro da União pelo Cordel de Pernambuco (UNICORDEL), da ALAP, Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista, PE, ocupando a cadeira de número 14 tendo como patrono o escritor pernambucano Ascenso Ferreira, é também Coordenadora de teatro da UBE- Núcleo Paulista - PE. Traz em seus escritos o urbanismo inserido em versos populares da literatura de cordel.
 
A apelidei de “Poetisa da Família”, em virtude de que muitos dos seus cordéis são direcionados à Família como “A cartilha de ABC do meu pai”, “Santa Maria Exemplo de mãe”, ou quando fala da convivência entre casais e do seu casamento, em “O amor e rotina”, ou na vez que homenageia os seus filhos.
Tenho prazer de conhecê-la e de fazer parte juntos da ALAP, Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista e UBE - Núcleo Paulista-PE.
Talentosa declamadora e cordelista, poetisa que orgulha Pernambuco.
 
PRAÇA NUA
 
Praça nua...
A violência te despiu.
Sob a proteção do céu está ela
Bancos, brinquedos, arvores.
Tão solitária e bela
Perfeita para um dia ensolarado.
Praça nua...
A violência te despiu.
Te vejo repleta
Crianças correndo
Casais namorando
Pipoqueiro atento ao dialogo dos idosos.
Praça nua...
A violência te despiu
Abrigas hoje
O medo, a ausência.
Crianças corrompidas
E a certeza do poder público inútil.
Praça nua...
A violência te despiu.  
 
CAMINHO
 
Num caminho obscuro
Te procuro
Caminho longo, sem volta.
Nesse caminho 
Me encontro
E não te encontro.
Você queima dentro de mim
Tão perto
Tão longe do alcance.
No final desse caminho,
Há um sinal.
Que sempre precisarei
Da tua ausência
Para contemplar mais
Minha presença.
 
 
O AMOR E A ROTINA
 
I
Quando chega o amor
O casal vai se entendendo
Pensa logo em juntar escova
Com tudo vão prometendo
E é só a felicidade
Mas tem rotina e intimidade
Que esse amor vai corroendo
II
Essa tal intimidade
Muitas vezes é de lascar
E tem que ter muito amor
Que possa alicerçar
O dia a dia não atrapalhe
E o sentimento não retalhe
Para a rotina adocicar
III
No começo é só amor
Meu dengo ou meu benzinho
Tem presente todo dia
Você é o meu docinho
E tem mel a toda hora
Longe, perto, dentro e fora
Sempre tem um chameguinho
IV
E todo mês se festeja
O aniversário do amor
Por estarem sempre junto
Com paixão e muito ardor
É muita a felicidade
E não tem calamidade
Que acabe o fervor
V
Todo dia ela cheirosa
E ele todo arrumado
No início o seu café
Já está feito e adoçado
O beijo pela manhã
Tem o sabor da hortelã
É amor bem consagrado
VI
Passa mês e passa ano
Com a rotina e intimidade
Se acaba o pudor
Nem tudo é felicidade
Chinelo fora do lugar
Já começa a incomodar
Enfraquece a amizade
VII
Ela começa a gastar
Em crédito, débito e a vista.
Ele reclama de seu gasto
Que sua vida é de artista
Ela retruca a mesquinheza
Fala da sua avareza
E compra que der na vista
VIII
Pela manhã já não tem
O docinho e o café
E grita “acorda preguiça”
Ta na hora de está de pé
Ele levanta atrapalhado
Vai trabalhar afobado
Sapato sujo e chulé
IX
No domingo é de lei
A cerveja e o futebol
Ou sai para pescaria
Com arpão, vara e anzol.
Sua mulher fica em casa
Quente feito uma brasa
Na sua mente besteirol
X
Acabou-se a vergonha dele
Na frente dela solta pum
Se coça, tira meleca
Não tem segredo nenhum
E para o amor resistir
Eles precisam investir
No bem que tem em comum
XI
Ao acordar já é certo
O cabelo assanhado
Com mau hálito e remela
Cara de acabrunhado
Se assim se permitir
A rotina vai invadir
Ficando você algemado
XII
A rotina não deve ser
Motivo que faça acabar
A paixão e o carinho
Fazendo a vida desabar
Se realmente o amor existir
Ele deve persistir
E um ao outro agradar
XIII
Agora queira viver
Toda essa intimidade
Dormir e acordar
Estar em cumplicidade
Pois é no dia a dia
Que a vida avalia
Se o amor é de verdade.
 
Angela Paiva
Paulista, PE 01/02/2014
 
Texto e Comentários
Luis Eduardo Garcia Aguiar
 
 

 

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