Anderson Henrique - Entrevistado - Editora Penalux

Anderson Henrique - Entrevistado - Editora Penalux

 

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

 

Anderson Henrique nasceu no Rio de Janeiro. É formado em Letras – Língua Portuguesa e Literaturas. Participou das coletâneas Histórias Fantásticas vol.1, Dramas Urbanos e Dimensões.br. Possui contos premiados em concursos literários. Seu livro de estreia, Anelisa sangrava flores, foi publicado em 2014 pela editora Penalux.

 

“O que o autor faz é expulsar seus demônios para o papel. Às vezes o leitor se reconhece ali, os demônios se cumprimentam e deixam de parecer tão ameaçadores.”

 

Boa leitura!

 

Anderson Henrique é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos o que mais o encanta nos contos?

Anderson Henrique - O conto é um formato versátil, pelo qual grande parte dos escritores começam suas trajetórias. Muitos o consideram uma espécie de estágio. Talvez por isso ele ainda seja considerado um gênero menor. E o problema não é a extensão. O conto tem uma dinâmica própria. Mas não vou jogar na defensiva. Como diria uma amiga, quem reclama já perdeu. O bom conto, porradão, agarra o leitor no papel por uns dez minutos, mas cobra uma vida para ser digerido. É o soco no estômago, a farpa entre o dedo e a unha. Fico impressionado em ver que os leitores encaram volumes de 500 páginas, mas fogem de um livro de contos de 150. Acho que isso tem um pouco a ver com a maneira como o livro é tratado. De uma perspectiva meramente econômica, o livro como produto, faz mais sentido para o consumidor gastar 40 reais em 500 páginas do que em 150. A proporção matemática leva a esta conclusão. Mas repare que falei em consumidor e não em leitor. Acho importante separar as duas figuras. Um quer consumir, virar as páginas para chegar ao fim da leitura e se divertir pelo caminho (diversão, aqui, com muitos sentidos). O leitor não. Ele sabe que aquelas 150 páginas podem se transformar em 300 ou 800, sabe que aquele pode ser o livro de areia do Borges. E isso, amigo, não tem preço. Tem conto de uma página que gruda na mente. Outra questão: todos reclamam de falta de tempo, mas dá para ler um bom conto em dez minutos. Pode ser antes de dormir, na espera do consultório e até na privada. Desliga o wifi, abre o livro, sustenta a porrada e segue a vida. E não esqueça de se limpar.

 

Além de contos, gostas de escrever em outros segmentos literários?

Anderson Henrique - Já escrevi microcontos e poesia também. Mas o conto é como estar em casa, é onde fico confortável. Mentira: se o autor está confortável, ele está morto.

 

Em que momento se sentiu preparado para publicar “Chame como quiser”?

Anderson Henrique - Meu processo é lento. Um ano para escrever o livro. Outro ano e meio para revisar, cortar, editar, ouvir opiniões e sair no braço com o texto. Depois que aprovei o material para a publicação, não quis ler novamente. O cara que vê o livro finalizado, impresso, não é o mesmo que escreveu. Por isso o texto nunca está pronto. Simplesmente chega a hora em que é preciso seguir adiante, para o próximo, chega.

 

Que temáticas estão sendo abordadas nos 13 contos apresentados nesta obra literária?

Anderson Henrique - Tem um pouco de tudo no livro, mas acho que o grande tema é o das relações humanas. O homem é um bicho que vive em colisão. Grande parte dos problemas surge daí, de gente se batendo e se esbarrando, lutando por espaço e por recursos. Tem umas pirações no livro: o adolescente que está desaparecendo, o cara que começa a se multiplicar, uma sociedade em que as pessoas cobrem o rosto com máscaras o tempo todo e um músico condenado a ouvir a mesma canção continuamente. São histórias que buscam o absurdo para atingir a realidade.

 

Descreva o seu livro “Chame como quiser” em duas palavras

Anderson Henrique - Absurdo cotidiano

 

Apresente-nos cinco motivos para ler “Chame como quiser”

Anderson Henrique - Nenhum autor deveria ter que justificar seus livros. Chame Como Quiser é um trabalho de quase três anos. Passou por revisores, editores, leitura crítica e todo aquele processo infernal que só vai para frente porque o autor é esse cara teimoso que tem tesão é no embate. Se pensarmos no mercado brasileiro então, é coisa para herói de tragédia clássica. Motivos pra ler? Muitos, mas o principal é que o leitor vai encontrar personagens e conflitos que ele pode reconhecer na esquina de casa, apesar das boas doses de fantasia.

 

Qual a mensagem que deseja transmitir ao leitor através dos textos apresentados nesta obra literária

Anderson Henrique - Tem esse mito de que o autor é esse cara elevado, que quer passar uma mensagem, deixar um legado ou mudar o mundo. Bobagem, é fantasiar uma atividade que é monótona, solitária e que depende mais de persistência do que de inspiração. O que o autor faz é expulsar seus demônios para o papel. Às vezes o leitor se reconhece ali, os demônios se cumprimentam e deixam de parecer tão ameaçadores.

 

 

Onde podemos comprar o seu livro?

Anderson Henrique - O livro está à venda no site da editora Penalux. Tenho alguns exemplares comigo, que envio com autógrafo para quem preferir. É só me passar um e-mail. Os canais:

Editora Penalux

https://www.editorapenalux.com.br/loja/product_info.php?products_id=580&osCsid=89bd661a5358f9381f8e8252c42c9fb3

Meu e-mail:

andersonhgo@gmail.com

 

Quais as principais atividades literárias desenvolvidas pelo escritor Anderson Henrique?

Anderson Henrique - Apenas escrever. Diariamente. Ou quase que diariamente. Dizem que o autor precisa de uma rotina. Então eu tento manter essa disciplina de escrever sempre. Sempre que estiver com inspiração, boa vontade, nenhum sono, a imaginação transbordando e os bares fechados.

 

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Anderson Henrique. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Anderson Henrique - Apenas agradecer pelo espaço e aproveitar para convidar os leitores para conhecer mais do meu trabalho na minha página. Lá tem um pouco do que já escrevi, além de comentários sobre livros e outros assuntos relacionados à literatura

https://anelisasangravaflores.blogspot.com.br/

 

 

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