A Turista - Margarida Lorena Zago

A Turista!  

                          (Lorena Zago)

 

A primavera floria os jardins e exalava o perfume das flores no contexto, deixando-o convidativo, a deleitar-se em suas paisagens coloridas, despertando sensações de alegria de viver, de aproveitar cada momento destes, para inebriar-se, deste encanto natural e harmonioso.

Neste cenário bonito, morava com seus pais e a babá, a menina Luciana.

Pequena, muito astuta, menina Luciana gostava de passear.

Com apenas três anos, o mundo desejava conhecer.

Dizia a seus pais, que quando crescesse, viajaria a todos os lugares possíveis do Universo.  Sim, este era seu sonho infantil.  Ainda que tão tênue compreensão de vida, repetia quando questionada:

-- Desejo viajar para conhecer o mundo.

Sempre que podia, brincava de viajar, com suas bonecas, vezes, de ônibus, vezes, de carro, desfrutava do imaginário faz de conta, com muita propriedade.

Certo dia, após o almoço, Luciana falou a seus pais e a sua babá que iria viajar para bem longe.

Preparou uma bolsa de roupas de bonecas, um carrinho de bonecas, e sua boneca preferida, uma carteira velha de dinheiro, que havia ganho de sua avó, notas de dinheiro já sem validade, vestiu sua melhor roupa, e despediu-se dos familiares, dizendo que iria participar de um “Encontro de Crianças”, onde não era permitida a entrada de adultos.

Seus pais e a babá continuaram almoçando, sem muita preocupação, pois a pequena Luciana, gostava de viajar faz de conta.

Na verdade era brincadeira que mais apreciava.

Algum tempo se passou e Luciana não pareceu mais para contar como fora sua viagem. Seus pais sentiram certo desconforto, pois não a ouviam conversando com suas bonecas, nem ouviam o barulho do rodado de seu carrinho, mas pensaram, logo estará de volta, pois não tinha o costume de sair de casa, sem a companhia de um adulto.

Esperaram mais alguns minutos, mas nada de ouvirem manifestos de Luciana. Chamaram-na, procuraram em volta da casa, perguntaram aos vizinhos, se a haviam visto, mas ninguém sabia da menina.

Preocupados, começaram a chamar pela menina, olharam na sua casinha de bonecas, no seu quarto, na sala da casa, telefonaram para seus avós, que moravam bem próximos, mas ninguém sabia do paradeiro de Luciana.

Seus pais e familiares estavam aflitos!

Onde estaria esta menina maluquinha, que gostava tanto brincar de viajar, para conhecer o mundo?

Após varias tentativas de buscas, começaram a sentir-se ameaçados, pensando que Luciana pudesse ter sido raptada.

- Que horror! Sua mãe sentiu uma onda terrível lhe perpassar a coluna espinhal.

- Deveremos de encontrá-la, falava inconformada, a mãe de Luciana.

Após passada uma hora de buscas desesperadas, eis que, um senhor chamado Paulo, conhecido da família, adentrou a casa dos pais de Luciana, trazendo-a pela mão e perguntou: - Por acaso esta menina chamada Luciana, é filha dos senhores?

Seus pais desesperados e agradecidos responderam , mais que depressa: - Sim, esta é nossa filha Luciana, onde o senhor a encontrou?

O homem explicou que estava no trevo, à espera do ônibus, que iria à Ibirama, e ao embarcar, ouviu o motorista perguntar:

 -Alguém conhece esta criança?

Ela chegou aqui e foi logo dizendo, que desejava viajar para bem longe, com sua filha boneca, para participar do “Encontro de Crianças”, evento, em que, os pais não poderiam participar.

O motorista que não a conhecia, ficou sem ação.

Várias pessoas que estavam naquele ônibus, perguntaram seu nome, o nome de seus pais, e onde morava.

A menina sem muita pressa respondeu: -  Eu sou filha do senhor Valdir e da senhora Valéria, nós moramos perto do meu avô, somos vizinhos.

Perguntaram: - Quem é seu avô?

Ela respondeu: - É o senhor Adalberto e minha avó, dona Filomena, mas não adianta telefonar para eles, meu avô está viajando e minha avó nesta hora, descansando.

Nisto, o senhor Paulo, convidou-a para irem a sua casa, pois, seus pais deveriam estar preocupados, ao que ela respondeu: - Não, eles estão avisados de que eu irei viajar com minha filha boneca, para um “Encontro de Crianças”. Não disseram nada, então, eu  entendi, que posso viajar de verdade. Amanhã pretendo voltar, não demorarei muito.

O senhor Paulo, tomou-a pela mão explicando sobre os perigos das crianças andarem sozinhas pela rua, convenceu-a, de que, deveria voltar para casa de seus pais.

Luciana aceitou os conselhos do senhor Paulo, assim, chegando em casa, contou toda faceira a seus pais, que tinha ido viajar com sua filha boneca.

Estes ficaram felizes ao vê-la, e imensamente agradecidos, ao senhor Paulo, que a trouxe para casa. Mas, o susto deixou-os alertas! Com Luciana, deveriam aumentar a guarda e prestar mais atenção ao que ela falava, porque criança fala e acredita seriamente no que diz.

Aliviados com a ajuda do senhor Paulo, vendo sua filhinha saudável e salva em casa, agradeceram demais a Deus, por existirem pessoas de boa índole e responsabilidade, para com as crianças e consequentemente para com o próximo.

Fora uma grande lição!

Luciana cresceu, estudou, cursou a Faculdade de Turismo e Hotelaria, assim realizou seu sonho, de viajar para conhecer o mundo.

Quem sonha e busca com persistência seus ideais, tem grande probabilidade de alcançá-los.

 

 

 

 

 

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